Wednesday, June 22, 2005

Celebro a semente plantada

Celebro a semente plantada em terras ásperas
A violeta cresce vigorosa e tenra
Agarro a asa de papel que grita todos os passos
Os gestos são lentos e cuidados
Os olhos denunciam o desenho da tela
A musica sincopada é mais rápida que os gestos
A dança é simples com os passos cuidados
A planta que pisa a áspera é de papel
Gritos, Passos, Olhos
Olhos de Violeta tocam a corneta
Celebro a tela que pinto e galinha
Celebro a mente a planta e as peras

Monday, June 13, 2005


Na exaltaçãoo de uma nova paisagem fico assustada
Fora de minhas muralhas o ar é escasso
Agora sou rocha fria
E piso azul
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Sunday, June 12, 2005


O Homem reflecte a transparência de sal numa ausência discreta e silenciosa que é cortada por finas camadas de música e servida acompanhada de sorrisos.
Posted by Hello

Thursday, June 09, 2005

Carpe Diem

Confias no incerto amanhã? Entregas às sombras do acaso a resposta inadiável?Aceitas que a diurna inquietação da alma substitua o riso claro de um corpo que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,os instantes; e nos lábios dessa que amaste morre um fim de frase, deixando a dúvida definitiva. Um nome inútil persegue a tua memória, para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias; e abraças a própria figura do vazio. Então, por que esperas para sair ao encontro da vida, do sopro quente da primavera, das margens visíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigará à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar que me oferece o leito profundo da sua imagem!"Louco, ignora que o destino, por vezes, se confunde com a brevidade do verso.

Nuno Júdice

Tuesday, June 07, 2005


Foto do primeiro humano engolido por um Tuba-ro 1900 Posted by Hello

Sunday, June 05, 2005

LerAlto

Ler de alto para baixo
Ler lentamente ou bem depressa
Ler para cativar a atenção dos ouvintes ou sussurrar bem baixinho para não se comprometer
Ler com ternura a poesia de uma criança
Ler a língua que se sabe ou a língua que não sabe e o nariz que ajuda
Ler os cheiros e parar para degustar a fruta fresca desta Primavera
Ler recados pela manhã estrategicamente colocados ao lado da cafeteira de café
Ler lábios e parar de ler porque o beijo se embrulhou consoante as vogais
Ler linhas na palma da mão que dá prazer quando toca o sexo
Ler a pauta de música onde figuras cantam ritmos e melodias que querem voar outra vez, imitando a sinfonia de um bando de aves que poisa agora em meus ombros
Ler os teus lagos de lágrimas onde mergulho e respiro embriagado o frémito do desejo
Ler a teoria e dançar a prática
Ler a palavra que falta
Ler a idade numa escarpa oblíqua
Ler a sentença de uma morte anunciada tatuada nas rugas de um Poema que agora Nasceu

Alien 2


Afinal há mais e vieram para ficar... Posted by Hello

Wednesday, June 01, 2005

Chama de uma Vida Apagada

As primeiras gotas beijaram
a minha face quando a
lembrança de uma janela,
me levou até um sofá
quente com uma ruga
disfarçada de poesia
e de criança

Os teus olhos teimavam
em não fixar a certeza do instante
mil vezes a terra é cavada
dando sempre os seus frutos,
Até ao momento em que
a lâmina se encosta dormitando
ferrugenta á espera de um nova
mão de ferreiro
que já não é a tua…

Vejo em ti uma chaga
aberta que não vai sarar,
os teus lençóis de lágrimas
estão presos á tua íris
como se uma fuga premeditada
se tratasse.
Escondes a evasão.
Libertar em ti o grito
Seria morrer.

Para todo o lado, onde a criança
sorrir, até a pétala cair.

Quando a minha mão se
transformou numa concha
de sal
A memória de uma velhinha de costas
de foice apareceu no ecran das lembranças
bem medido como as 50 gramas
de seu palmo

Quero ver-te sorrir
outra vez
libertando a mistura química
que te eleva ao plano mais intimo
Abraço de uma criança Amada.

Distraidos do portal que nos leva, dentes brancos á mostra dançam até à lente que mente. Posted by Hello