Monday, May 30, 2005
Presságio
A caminho dum olho( por sinal bem bonito!)
aguça-se um estilhaço de contente,
como um dente que vê um um manjar «esquisito»...
Leva anos, ainda, a assassina viagem:
o estilhaço, por enquanto é só um mito,
e, plácido, o olho deixa entrar a paisagem...
Poemas com endereço 1962 Alexandre O'Neill
aguça-se um estilhaço de contente,
como um dente que vê um um manjar «esquisito»...
Leva anos, ainda, a assassina viagem:
o estilhaço, por enquanto é só um mito,
e, plácido, o olho deixa entrar a paisagem...
Poemas com endereço 1962 Alexandre O'Neill
Sunday, May 29, 2005
Com o passo
Desenho traços e lábios,
os olhos com o rigor
de um compasso celebram
a cor de uma imagem reflectida
num lago onde olhos crescem
quando o miúdo sentado no velho sábio
de madeira, lança a linha para se prender á vida com as duas Mãos
Cortadas de sal.
os olhos com o rigor
de um compasso celebram
a cor de uma imagem reflectida
num lago onde olhos crescem
quando o miúdo sentado no velho sábio
de madeira, lança a linha para se prender á vida com as duas Mãos
Cortadas de sal.
Tuesday, May 24, 2005
Decor e De cor
Decor a tua morada para enviar
de longe caminhos
notícias de um verde sorriso.
Decor estas palavras
e o fino traço de pálpebras
que contornam os teus lagos.
Decor esta luz, este sol que se apaga
como o embalar de uma criança
em teus braços.
Decor e de cor estas imagens
que gravo neste paraíso de branco
Nesta folha manchada
Como um novelo de pranto.
de longe caminhos
notícias de um verde sorriso.
Decor estas palavras
e o fino traço de pálpebras
que contornam os teus lagos.
Decor esta luz, este sol que se apaga
como o embalar de uma criança
em teus braços.
Decor e de cor estas imagens
que gravo neste paraíso de branco
Nesta folha manchada
Como um novelo de pranto.
Thursday, May 19, 2005
Wednesday, May 18, 2005
poesia experimental com imagem sa pato
Azul clarinho os meus favoritos!
Não, castanhos isso, castanhos sem dúvida mas bem confortáveis
Pé-de-meia sapato de Pé. De Pé!
Ou deitado! sei lá como é que um sapato anda.
Mas para saberem o sapato fino ficou preso em sarjeta apertada.
Sapato e 2 Sapato Sapato Ou
Embrulho de calos e dores que tocam e apertam o solo mãe
Sujam a beleza da planta, que suporta toda uma morte que não pisará.
Sapato? Não há sapato.
Não, castanhos isso, castanhos sem dúvida mas bem confortáveis
Pé-de-meia sapato de Pé. De Pé!
Ou deitado! sei lá como é que um sapato anda.
Mas para saberem o sapato fino ficou preso em sarjeta apertada.
Sapato e 2 Sapato Sapato Ou
Embrulho de calos e dores que tocam e apertam o solo mãe
Sujam a beleza da planta, que suporta toda uma morte que não pisará.
Sapato? Não há sapato.
Tuesday, May 17, 2005
Tocar mas tocar e ver e deixar de ver
e novamente tocar e ver sempre com a subtileza rutilante
de uma primeira vez: a mão avança trémula para o seio
e não encontra o seio e de imaginá-lo o vê e toca-o
não se frente mas na lenta obliquidade
da posição entre a redondeza firmeza de fruto novo
e a imagem que se espelha e se dissolve no vácuo após a palavra
Assim a palavra caminha entre duas margens interditas
e nesse breve percurso erige a sua presença
que rescende iluminada como uma figura vegetal num prisma
Tudo o que de ávido tem o desejo a palavra o desfaz
porque o seu horizonte é o repouso de um oásis e o hálito de uma dália branca
A palavra toca e vê o seio ausente
e toca-o casualmente na sua flexível inteireza
não só como o ser mas como o que está a ser o que vai ser
e que não sendo lavra o lábio e a mão do amante
que escreve morrendo na doçura de não ser e ser o corpo amado
António Ramos Rosa Génese
e novamente tocar e ver sempre com a subtileza rutilante
de uma primeira vez: a mão avança trémula para o seio
e não encontra o seio e de imaginá-lo o vê e toca-o
não se frente mas na lenta obliquidade
da posição entre a redondeza firmeza de fruto novo
e a imagem que se espelha e se dissolve no vácuo após a palavra
Assim a palavra caminha entre duas margens interditas
e nesse breve percurso erige a sua presença
que rescende iluminada como uma figura vegetal num prisma
Tudo o que de ávido tem o desejo a palavra o desfaz
porque o seu horizonte é o repouso de um oásis e o hálito de uma dália branca
A palavra toca e vê o seio ausente
e toca-o casualmente na sua flexível inteireza
não só como o ser mas como o que está a ser o que vai ser
e que não sendo lavra o lábio e a mão do amante
que escreve morrendo na doçura de não ser e ser o corpo amado
António Ramos Rosa Génese
Monday, May 16, 2005
Num Quadro de AutoCarro
Num quadro de autocarro
Belas vistas passam sem pressas
No compasso de entrada e saída
Esvai-se o oxigénio e esgota-se o ar
O novo salta os degraus
O velho voa os degraus
Entrados em sua vez,
Marca o ritmo das nossas viagens?
O comandante?
Cabeças?
Pendem para onde a força do petróleo nos levar.
Sem pensar na terra
Onde o petróleo se cria e a máquina de molda.
Belas vistas passam sem pressas
No compasso de entrada e saída
Esvai-se o oxigénio e esgota-se o ar
O novo salta os degraus
O velho voa os degraus
Entrados em sua vez,
Marca o ritmo das nossas viagens?
O comandante?
Cabeças?
Pendem para onde a força do petróleo nos levar.
Sem pensar na terra
Onde o petróleo se cria e a máquina de molda.
Nota em jeito de intro
Na cauda eclética do conhecimento e sapiências, perco-me no essencial.
Acredito no Amor embora distraído ás vezes este me passe ao lado.
Atenção, Atenção, muita Atenção, ás palavras,
aos gestos e a todas as comunicações
Ser verdadeiro é essencial, guardar recordações imprescindível, para ler e cheirar o passado que de tão rápido é esquecido e perdido.
Esta folha já está guardada, vou reler amanhã ou noutro sol, para me reconhecer e ter provas disso.
Acredito no Amor embora distraído ás vezes este me passe ao lado.
Atenção, Atenção, muita Atenção, ás palavras,
aos gestos e a todas as comunicações
Ser verdadeiro é essencial, guardar recordações imprescindível, para ler e cheirar o passado que de tão rápido é esquecido e perdido.
Esta folha já está guardada, vou reler amanhã ou noutro sol, para me reconhecer e ter provas disso.