Wednesday, April 12, 2006

Em canto

Em canto flor limpa flor branca
Calor vivo prado húmido
Os lábios bebem o tempo
Cicatrizes recordadas
Tão bem desenhadas

Amada
Segredo-me em ti
Sensação explícita castigo da seiva
Doce o ritmo
Respiração cuidada
Brisa na eira descalça
Corpo nu em barbas deitado
Brincas contigo na tarde esguia
Planalto virgem
Por mim desejado
Não me aproximo
Só me vem os pássaros
Com olhar afiado

Ondas marinhas ao sabor do dedo
Rio deleite
Arrepios
Sem medo

A chama no toque ilumina
Estremece a corda ali plantada
Mulher que voa
Livre
Nesta cabana isolada
Desperto com as flores neste prado fértil
Manhã quente sonata de seres alados
Sorrisos rasgados reflexos de minha tez
Desejo palpitante…
O de te beijar outra vez