Tocar mas tocar e ver e deixar de ver
e novamente tocar e ver sempre com a subtileza rutilante
de uma primeira vez: a mão avança trémula para o seio
e não encontra o seio e de imaginá-lo o vê e toca-o
não se frente mas na lenta obliquidade
da posição entre a redondeza firmeza de fruto novo
e a imagem que se espelha e se dissolve no vácuo após a palavra
Assim a palavra caminha entre duas margens interditas
e nesse breve percurso erige a sua presença
que rescende iluminada como uma figura vegetal num prisma
Tudo o que de ávido tem o desejo a palavra o desfaz
porque o seu horizonte é o repouso de um oásis e o hálito de uma dália branca
A palavra toca e vê o seio ausente
e toca-o casualmente na sua flexível inteireza
não só como o ser mas como o que está a ser o que vai ser
e que não sendo lavra o lábio e a mão do amante
que escreve morrendo na doçura de não ser e ser o corpo amado
António Ramos Rosa Génese
e novamente tocar e ver sempre com a subtileza rutilante
de uma primeira vez: a mão avança trémula para o seio
e não encontra o seio e de imaginá-lo o vê e toca-o
não se frente mas na lenta obliquidade
da posição entre a redondeza firmeza de fruto novo
e a imagem que se espelha e se dissolve no vácuo após a palavra
Assim a palavra caminha entre duas margens interditas
e nesse breve percurso erige a sua presença
que rescende iluminada como uma figura vegetal num prisma
Tudo o que de ávido tem o desejo a palavra o desfaz
porque o seu horizonte é o repouso de um oásis e o hálito de uma dália branca
A palavra toca e vê o seio ausente
e toca-o casualmente na sua flexível inteireza
não só como o ser mas como o que está a ser o que vai ser
e que não sendo lavra o lábio e a mão do amante
que escreve morrendo na doçura de não ser e ser o corpo amado
António Ramos Rosa Génese
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